MIL NOVECENTOS E SETENTA E NOVE
Não estou preparado para a chegada
do meu primeiro filho.
Bem sei que temerei os ferros que ali vejo,
a inexorabilidade do soro que lentamente avança
pelo tubo,
a crispação na face da mulher
que antecipa o relâmpago,
as suas dores.
Mas não estou preparado.
Ainda não estou preparado,
como acabará por se ver
quando, sobre a escuridão, verificar
que não estou no meu posto de vigia.
(in Açougue, Corunha, Espiral Maior, 2009)
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