MIL NOVECENTOS E OITENTA E CINCO
Mais que árvore,
sequência de ramos
e raízes, avó,
que faz lembrar a tua vida,
agora que uma lágrima
adverte os caminhos,
esse ponto onde o voo principia.
Levas-me pela mão e conduzes
as palavras que escrevo, avó,
aqui e agora; sequer como um espelho,
um reflexo,
mas o deslumbramento de um brilho
que paira sobre nós
como ânsia,
criação.
Aceita que te aduza
a beatitude,
aceita, ainda,
esta verdade trémula
que poderá passar do meu
ao teu olhar,
tal como fazes passar,
de ti para mim,
o sonho.
( in Açogue, Corunha, Espiral Maior, 2009)
Foto: © de Amadeu Baptista
A sua amada avó te deu raízes,a minha, sonhos. Um abraço, Yayá.
ResponderEliminarBelíssimo poema!
ResponderEliminarabraço.