MIL NOVECENTOS E OITENTA E TRÊS
É a minha primeira passagem
nesta terra
e muitos anos passarão
sem que cá volte.
O corpo dói-me,
dói-me o espírito deste lado,
dói-me a árvore e a luz,
dói-me o caminho e a malha infrene,
persecutória,
que aqui me traz.
Trabalho nu
diante da noite
e estou acossado.
Lembram-mo as aves
do amanhecer.
(in Açogue, Corunha, Espiral Maior, 2009)
Foto: © de Amadeu Baptista
E muitos anos vão passar
ResponderEliminarpara voltar a essa terra.
Doi o corpo,
doi o espirito,
doi a luz,
doi o caminho descomedido
e a demanda...
e só se lembra
quando amanhece
e as aves acordam
e voam na procura
da subsistência.
Apenas isso,
elas procuram!
Maria luísa