MIL NOVECENTOS E CINQUENTA E QUATRO
Reconheço, desde já,
que sou tenro
e tenho sede.
Quando me convidarem para jogar
à cabra-cega,
protejam-me no caminho
entre o açougue
e a cisterna.
De um tenho temor às facas,
sempre afiadas.
Do outro,
da esponja de vinagre.
De ambos,
o milagre
da ressurreição.
(in Açougue, Corunha, Espiral Maior, 2008)
:-)
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