domingo, 8 de maio de 2011

Antecedentes Criminais, 2007



Apresenta-se um dos poemas representados nesta Antologia, cuja primeira publicação ocorreu no n.º 4 + 5 da revista Aguasfurtadas, em 2003:



com um só fósforo ilumino o infinito.
e muitas vezes o infinito é algo
muito próximo, um livro, uma chávena
de chá, o teu rosto escondido
na penumbra, o retrato de alguém  desconhecido
que de uma praça  acena,
um fio de tabaco, um monograma
num lenço muito branco.
o infinito o mais das vezes é
não mais do que o que toca o coração,
uma leve poeira pelo ar, um ponto fixo
que a mão ousa tocar, esta chama
que de repente amplia a escuridão
e me torna visível a quem passa
e no clarão acende o seu cigarro.



(in Antecedentes Criminais Antologia Pessoal 1982-2007, Vila Nova de Famalicão, Edições Quasi, 2007)

1 comentário: