Franz Schubert: Standchen
Os pensamentos que me assaltam nesta madrugada
fria de Setembro
não estão longe da distância dos teus lábios
e do rumor suave das tuas mãos que tocam
as insígnias de Deus sob o dorso da terra.
Se olhasses para mim verias nos meus olhos
a lancinante expressão da solidão
e a esperança sem qualquer indecisão
de que é possível o teu nome ser maior
que o céu que me vela o silêncio da noite.
Amar-te desde sempre é mais que uma forma de estar vivo
e dar expressão à divindade que trago comigo
desde que atravessei a fronteira
que entre o mar e o mar estabelece
a luz mais verdadeira.
O mais sequer é tempestade que neste coração sangra,
ou dúvida subtil ou estremecimento,
sentindo o alvoroço em que te sinto
apenas peço que sejas tu o assombro
e me devolvas enfim a harmonia.
in O Bosque Cintilante, Maia, Cosmoroama, 2008
© de Amadeu Baptista
a alma cresce ...será apenas uma impressão (boa)
ResponderEliminarSer assombro é quase tão gratificante como ficar espantado.
ResponderEliminarbelo poema.
Muito expressivo este seu poema.
ResponderEliminarÉ a primeira vez que visito o seu blogue. Parabéns. É um hino à Poesia!
Abraço