Antonin Dvorak: Humoreske
Existe algo dotado para o nítido e o universal
nesta tonalidade,
algo crescente e ameno,
surpreendentemente suave como uma casa de pedra,
uma luz,
um arco que evolui no sentido intratável
do barro,
grato e plácido como uma amêndoa,
um peixe translúcido,
um ramo de sombras e cintilações,
sussurrante,
atravessando os brilhos que oscilam nas coisas,
nesse lado de que nasce e morre a deriva,
onde a buganvília acrescenta um futuro promissor
à epifania das coisas,
inconcebível,
exactamente no centro do que nunca existiu.
in O Bosque Cintilante, Maia, Cosmoroama, 2008
© de Amadeu Baptista
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