terça-feira, 8 de maio de 2012

O Bosque Cintilante # 34

Antonin Dvorak: Dança Eslava Op. 46 No. 1 em dó maior

Ao perseguir o terror e a graça,
cheguei a este lugar onde nunca estive.
Não ter casa nem pátria é o delírio
de que me faço sobrevivente último.

Quis uma árvore para respirar,
a simples constelação de um amieiro.
Mas apenas a cinza de uma estrela respondeu
a este vão apelo, a esta vã esperança.

Quem me ilumina e comanda
há-de ser  longínquo como uma montanha.
Aceito o vazio e o silêncio à minha volta.
Nada há mais sagrado que a música que escrevo.


in O Bosque Cintilante, Maia, Cosmoroama, 2008
© de Amadeu Baptista

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