Foto: © de Nuno Costa
Rute Mota, poeta convidada
3 poemas inéditos
Viajo dentro de um cisne. Não
acredites se te disser, o lume
não é um lugar de conforto. Aqui
ninguém dorme. Mas toma só
um pouco deste fruto que fende
por dentro dos lábios, como
uma estrela íntima. Não penses
nunca que a morte é um mastro
por onde possas aprender a subir.
acredites se te disser, o lume
não é um lugar de conforto. Aqui
ninguém dorme. Mas toma só
um pouco deste fruto que fende
por dentro dos lábios, como
uma estrela íntima. Não penses
nunca que a morte é um mastro
por onde possas aprender a subir.
sem o medo preso nos dentes
como um músculo de fome,
agarram-se à casca das árvores
com as mãos mais limpas
de todas as estações. Abres
a boca, mas era só uma chama
a chegar ao mais alto do céu.
As árvores chovem devagar
entre os dentes, como delírios
em guarda dos meus sonhos.
O pássaro onírico em nada
semelha o rosto pausado e
conhecido. Muitas eras depois
vieram os instrumentos do fogo
tocar os acordes do mundo.
entre os dentes, como delírios
em guarda dos meus sonhos.
O pássaro onírico em nada
semelha o rosto pausado e
conhecido. Muitas eras depois
vieram os instrumentos do fogo
tocar os acordes do mundo.
Fotos (ilustração dos poemas): © de Amadeu Baptista
Poemas: © Rute Mota
Rute Mota (Torres Vedras, 17/12/1980). Publicou, em 2007, Nenhuma Palavra Nos Salva (poesia). Tem alguns textos dispersos em revistas e antologias. Anda por aí.
gosto, pá, antónio cabrita
ResponderEliminarÉ bom saber. :)
EliminarRute Mota
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