MIL NOVECENTOS E NOVENTA E QUATRO
Faz o juiz
intenção de lembrar
os filhos miúdos
e a justa medida da reconciliação,
em casos semelhantes,
aconselhável.
À volta é tudo negro,
até a luz,
até o seu mistério.
Dizemos
em uníssono
que não,
como se acabasse o inferno,
o limbo,
o paraíso.
À saída há felicitações,
abraços,
algumas lágrimas,
gente que vem e vai
pelo funeral dos outros,
ao preço do cardápio,
a encomendar o lavagante raro.
Lá fora,
chove,
tal como aqui dentro.
( in Açougue, Corunha, Espiral Maior, 2009)
Foto: © de Amadeu Baptista
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