segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Vida adulta / 18

MIL NOVECENTOS E NOVENTA

Se soubesse o que procuro
saberia que água pedir neste momento
e a que árvore pertence
este rumor de folhas sob o vento.

De quanto quis saberia a entoação
a que o coração responde nos ardis
que a obscuridade entrega
quando o contágio da memória
me absolve do que nunca deveria
arrepender-me.

Quanto busco não só é indizível
como não tem refúgio certo
entre os ramos hostis do reencontro,

esse incêndio do acaso no ocaso.


( in Açougue, Corunha, Espiral Maior, 2009)



Foto: © de Amadeu Baptista
Scriabin, Sonata para Piano nº. 4



1 comentário:

  1. Meu amigo sou (Irene Marques do Facebook).
    Agradeço imenso a sua disponibilidade para
    me ceder poesia.
    Inseri hoje no http://sinfoniaesol.wordpress.com
    o seu poema mil novecentos e noventa.Fará o
    favor de ver se está tudo correcto.
    Sempre grata.
    Beijinho
    Irene

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