Sabemos o que existe. Não sabemos
o que existe. Nem sequer sabemos
alguma vez de nós no frémito do sonhos
onde vivemos e perdemos a vida.
Nenhuma sombra (a luz) nos conduz
à existência,
sequer com a existência celebramos o encontro,
e tudo o mais são sombras violentas.
Violento é o ar que respiramos,
sofregamente respiramos a existência,
desde que nascemos e sabemos o que existe.
Não sabemos o que existe. Nem sequer
sabemos que nome alastra na grandeza
de estarmos vivos e irmos para o mar
perscrutar a existência
com as mão rendidas
ao mar intrépido da nossa ignorância.
Sabemos o que existe. Não sabemos.
(in As Tentações, Santarém, Edição 'O Mirante', 1999
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