Sergey Prokofiev: Marcha, de Amor das Três Laranjas
Alguém plantou a aveleira no horizonte dos meus dias.
Provavelmente Deus existe após toda esta ausência.
Quem sabe é Ele mesmo este vento da tarde.
O mar saúda-me e revela-me segredos.
Confesso o meu fascínio por este brilho intenso.
Sentámo-nos sob árvores de aspecto tão sereno.
Alguns dias da infância conduziram-me ao sol.
Por alguma coisa escrevo: a alegria existe.
De onde vim a luz estava ensombrecida.
Por dúvidas e enganos a vida às vezes cansa.
Só os seres peregrinos procuram a passagem.
Esta aveleira designa uma promessa.
Quando estava triste erguia-me ao mistério.
É tarde e sempre cedo porque esta árvore canta.
in O Bosque Cintilante, Maia, Cosmoroama, 2008
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