18 de Fevereiro de 2012 / Solidariedade Internacional com o povo grego!
Iannos Ritsos, um poema
O SANGUE
Depois, uma mancha de sangue apareceu no asfalto;
a mancha crescia, ampliava-se, inundava
o pátio, o poço, a vedação do poço;
de fora ficou um metro de corda – só isso.
O relógio da catedral ficou vermelho;
no correio, o mesmo. A mancha ampliava-se,
engolia as casas, os postes telefónicos, o sol
e a nós mesmos – escondia-nos dentro do vermelho.
E só por ver a sua imensidão, sentimo-nos de novo
belos, simples, ordenados, absolvidos.
(versão minha)
Iannos Ritsos nasceu na Grécia a 1 de Maio de 1909. Aderiu ao Partido Comunista Grego, em 1931. Publicou Tractor, em 1934, inspirado no futurismo de Maiakovski. Devido às suas ideias políticas, algumas das suas obras foram queimadas em público. Foi internado em vários campos de reabilitação. No entanto, a sua produção poética é imparável, com dezenas de títulos. Em 1956, é-lhe atribuído o prémio nacional de poesia pelo livro Sonata ao Luar. Conjuntamente com Giorgios Seferis e Odysseus Elytis, é considerado um dos mais importantes poetas gregos do século XX. Faleceu a 11 de Novembro de 1990.
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