Franz von Suppe: Poeta e Camponês
A jovem camponesa que faz versos.
Não os passa ao papel porque não sabe escrever,
mas diz que os preserva em cada árvore que vê,
e na chuva que cai,
e no sol que se põe.
Uma pequena erva pode ser um poema,
ou a água que corre no leito de um ribeiro
onde uma luz se esconde ou uma sombra vibra.
Como cuidar da imperfeição
senão sofrendo pelo que é perfeito?
Às vezes – diz ela –, passa-me pela cabeça
uma onda de música que não tem lugar
e eu sei pertencer a um mistério sem nome
que dói no coração muito devagar.
O Bosque Cintilante, Maia, Cosmoroama, 2008
© de Amadeu Baptista
© de Amadeu Baptista
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