MIL NOVECENTOS E NOVENTA E SEIS
Estou com o cabo-verdiano
a procurar semelhanças entre o homem
e o sicômoro,
José Luís Tavares de seu nome,
amigo
do meu amigo Cabrita.
É que em ambos encontro
a severa amizade
que ainda se não fez
e cada um dos três
tem tão certa
como estarmos alerta.
Há comparações, dizia,
há comparações determinantes,
seja entre homens e árvores,
entre árvores e homens,
entre árvores e árvores,
ou entre homens e homens.
Uns mais comovidos a oeste,
outros mais setentrionais,
o certo é que na Pedreira dos Húngaros,
entre a Almada Velha ou a Nova,
ou no burgo misterioso,
o chão difere pouco
para quem tem tronco, ramos e raiz
e é espesso, fulgente e sempre abrupto.
( in Açougue, Corunha, Espiral Maior, 2009)
Foto: © de Amadeu Baptista
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