POEMAS DE THORSTEINN FRÁ HAMRI
ANIMAL
No teu covil aquieta-se a minha alegria
ainda que caminhe só pelos bosques –,
eu, o animal ferido;
busco o teu encontro às primeiras neves
tal como outrora;
alegre
mostrará o sol as nossas pegadas
tal como junto ao mar na primavera
e deitar-se-á longe –
Sim, é-me grato
ser animal conhecer outro animal
e saber que isso é bom
I svörtum kufli, 1958
FERRO
Esta manhã vi os animais a irem beber
havia fetos nos sulcos e musgo nas palavras
gotejava ferrugenta a chuva dos telhados das casas
como um rumor
ao longe brincava uma criança com chumbo e aço
algo ia acontecer, a aldeia silenciosa,
no pátio homens graves falavam do caminho
em frente havia estranhas pegadas na erva
a terra estava gelada e o musgo bebia água ferrugenta
de pé no portão pensei no que se avizinhava
Tannfé handa nýjum heimi, 1960
MEDO
É este arrepio
o mesmo que nos percorreu
durante mil anos
o espírito dos nossos glaciares
que desejamos fervorosamente poder continuar a chamar assim?
Não, isto é algo diferente
do que antigamente nos fez homens
nos comunicou valor
e vive no nosso inferno e na nossa febre;
deles também queremos continuar a desfrutar.
Não renego o meu medo:
o arrepio da morte e o arrepio da vida
lutam pelas nossas almas, silvam no charco
e exigem soluções;
é a hora de se enfrentarem.
Langnaetti à Kaldadal, 1964
NÃO O CONHEÇO
Tenta entrar no coração da nação
para encontrar a paz e a verdade
e mandar-te-ão ao átrio do sumo sacerdote
junto à fogueira
e lá entre as serviçais ouvirás
muitas negociações culpáveis…
ANIMAL
No teu covil aquieta-se a minha alegria
ainda que caminhe só pelos bosques –,
eu, o animal ferido;
busco o teu encontro às primeiras neves
tal como outrora;
alegre
mostrará o sol as nossas pegadas
tal como junto ao mar na primavera
e deitar-se-á longe –
Sim, é-me grato
ser animal conhecer outro animal
e saber que isso é bom
I svörtum kufli, 1958
FERRO
Esta manhã vi os animais a irem beber
havia fetos nos sulcos e musgo nas palavras
gotejava ferrugenta a chuva dos telhados das casas
como um rumor
ao longe brincava uma criança com chumbo e aço
algo ia acontecer, a aldeia silenciosa,
no pátio homens graves falavam do caminho
em frente havia estranhas pegadas na erva
a terra estava gelada e o musgo bebia água ferrugenta
de pé no portão pensei no que se avizinhava
Tannfé handa nýjum heimi, 1960
MEDO
É este arrepio
o mesmo que nos percorreu
durante mil anos
o espírito dos nossos glaciares
que desejamos fervorosamente poder continuar a chamar assim?
Não, isto é algo diferente
do que antigamente nos fez homens
nos comunicou valor
e vive no nosso inferno e na nossa febre;
deles também queremos continuar a desfrutar.
Não renego o meu medo:
o arrepio da morte e o arrepio da vida
lutam pelas nossas almas, silvam no charco
e exigem soluções;
é a hora de se enfrentarem.
Langnaetti à Kaldadal, 1964
NÃO O CONHEÇO
Tenta entrar no coração da nação
para encontrar a paz e a verdade
e mandar-te-ão ao átrio do sumo sacerdote
junto à fogueira
e lá entre as serviçais ouvirás
muitas negociações culpáveis…
Jórvik, 1967
COLONIZAÇÃO
Por detrás da vegetação
elevam-se as colinas nuas;
lá
fugindo da história e da lei
o homem perdido abre um caminho
e olha a rocha
sem dúvidas e sem medos
limpo de toda a culpa:
Este é o meu lar
ANIMAL
No teu covil aquieta-se a minha alegria
ainda que caminhe só pelos bosques –,
eu, o animal ferido;
busco o teu encontro às primeiras neves
tal como outrora;
alegre
mostrará o sol as nossas pegadas
tal como junto ao mar na primavera
e deitar-se-á longe –
Sim, é-me grato
ser animal conhecer outro animal
e saber que isso é bom
Jórviki, 1967
VÓS
Vós dissestes: Até à última gota…
E vós que caíste após estas palavras
há um século, um ano, uma hora
ainda assim o vosso sangue flui vivo e quente.
Porque o último é o que ri melhor:
quando parece que é demasiado tarde
a superioridade numérica, a debandada, os cádaveres
misturam-se com o sangue dos descendentes
e conduzem à vitória.
E nas fontes que outrora reflectiam
os vossos rostos suados, sangrentos, emagrecidos
também nós procuramos alívio em dias cálidos.
A água é assim fria e clara
a sua superfície harmoniosa…
e ao contemplarmos a sua quietude
vemos que a nossa imagem se envergonha.
Jórvik, 1967
NÓS ASSASSINOS
Contemplamos com as mãos no regaço
todas as nossas horas feitas em pedaços
tentamos logo
recompor as peças
até que nos cortamos com elas;
cortamos outras
olhamos por fim com as mãos na funda
a cena sangrenta
com um olhar
totalmente
indiferente.
Vedrahjálmur, 1972
ANIMAL
A estrela caiu
e fundiu-se ao glaciar;
tudo se fez torrente;
tudo se mudou em noite.
Desdobramento.
Eu sou um animal esfomeado no redemoinho.
Quando descerem as águas
sê tu o meu relvado.
Vedrahjálmur, 1972
QUEDA
Estabeleces-te com as mãos e os pés
no cume do desejo
e procuras uma nuvem
a que te agarrares se a brisa é propícia
e começa então a tremer a terra.
Gritas na tua queda
mas quem escuta o grito
se o derrube o apaga?
E justamente então esconde o cume do desejo
a ansiada nuvem.
Fidrid úr saeng Daladrottningar, 1977
OUVI FALAR OS PÁSSAROS
Ouvi falar as pássaros
sentado na escarpa;
e falavam-me de um mundo
que confinei em palavras fiáveis.
Mas continuo com somas
verídicas e falsas
junto à escarpa dos pássaros
que faz tempo voaram.
Spjótalög á spegil, 1982
MANHÃ
Uma manhã radiante
ia Deus pela rua
e ouvia somente o rumor dos computadores
em silenciosas torres.
Que agradável é a cidade;
Os robots guardaram
os restos das pessoas
em depósitos fechados.
E no entanto Deus não está contente.
Caminha pela cidade
como se desejasse
poder dizer no fim:
Ainda há aqui um coração que pulsa.
Ný ljód, 1985
CHAMA
Hoje vi as palavras
converterem-se em solas
que com ardor insolente
dançavam
sobre gelos
prigosos.
E as minhas águas, oh Deus –
que somente esperavam
um degelo
tranquilo.
Ný ljód, 1985
COMO RECORDAÇÃO
Instante,
refugio-me em ti, instante,
e não me importa em absoluto
não ter paredes nem tecto
como recordação
como recordação…
Mas instante,
tu,
reflexo do dia
ou sombra de antigo refúgio,
estou aqui só?
Ný ljód, 1985
ORAÇÃO
Poema,
sê tu o refúgio das minhas debilidades.
Sê para elas castelo,
forte,
cela de penitência.
Que mane do pântano um arroio que cruze o chão.
Urdargaldur, 1987
O INSTANTE
Certamente
certamente
as horas são breves e fugazes
mas pensemos na sua profundidade
como serenidade
para a água
e o olho
Urdargaldur, 1987
A PRAÇA
A praça toda branca
como uma noite impaciente que lembro agora
de há muito tempo.
À volta, como num nevão,
nas esquinas, e a cair dos telhados,
redemoinhavam-se a meus pés
desconhecidas, não registadas,
provocadoras horas.
Que passavam… Terão aprendido já
o rápido, o tranquilo,
o natural que é
a sua passagem –
pela cena,
pelos diários,
pelas almas?
A praça como sempre.
De momento neve docemente,
noite,
uma agenda encarquilhada
e um homem
Vatns götur og blóds, 1989
COLONIZAÇÃO
Por detrás da vegetação
elevam-se as colinas nuas;
lá
fugindo da história e da lei
o homem perdido abre um caminho
e olha a rocha
sem dúvidas e sem medos
limpo de toda a culpa:
Este é o meu lar
ANIMAL
No teu covil aquieta-se a minha alegria
ainda que caminhe só pelos bosques –,
eu, o animal ferido;
busco o teu encontro às primeiras neves
tal como outrora;
alegre
mostrará o sol as nossas pegadas
tal como junto ao mar na primavera
e deitar-se-á longe –
Sim, é-me grato
ser animal conhecer outro animal
e saber que isso é bom
I svörtum kufli, 1958
FERRO
Esta manhã vi os animais a irem beber
havia fetos nos sulcos e musgo nas palavras
gotejava ferrugenta a chuva dos telhados das casas
como um rumor
ao longe brincava uma criança com chumbo e aço
algo ia acontecer, a aldeia silenciosa,
no pátio homens graves falavam do caminho
em frente havia estranhas pegadas na erva
a terra estava gelada e o musgo bebia água ferrugenta
de pé no portão pensei no que se avizinhava
Tannfé handa nýjum heimi, 1960
MEDO
É este arrepio
o mesmo que nos percorreu
durante mil anos
o espírito dos nossos glaciares
que desejamos fervorosamente poder continuar a chamar assim?
Não, isto é algo diferente
do que antigamente nos fez homens
nos comunicou valor
e vive no nosso inferno e na nossa febre;
deles também queremos continuar a desfrutar.
Não renego o meu medo:
o arrepio da morte e o arrepio da vida
lutam pelas nossas almas, silvam no charco
e exigem soluções;
é a hora de se enfrentarem.
Langnaetti à Kaldadal, 1964
NÃO O CONHEÇO
Tenta entrar no coração da nação
para encontrar a paz e a verdade
e mandar-te-ão ao átrio do sumo sacerdote
junto à fogueira
e lá entre as serviçais ouvirás
muitas negociações culpáveis…
Jórvik, 1967
COLONIZAÇÃO
Por detrás da vegetação
elevam-se as colinas nuas;
lá
fugindo da história e da lei
o homem perdido abre um caminho
e olha a rocha
sem dúvidas e sem medos
limpo de toda a culpa:
Este é o meu lar
ANIMAL
No teu covil aquieta-se a minha alegria
ainda que caminhe só pelos bosques –,
eu, o animal ferido;
busco o teu encontro às primeiras neves
tal como outrora;
alegre
mostrará o sol as nossas pegadas
tal como junto ao mar na primavera
e deitar-se-á longe –
Sim, é-me grato
ser animal conhecer outro animal
e saber que isso é bom
Jórviki, 1967
VÓS
Vós dissestes: Até à última gota…
E vós que caíste após estas palavras
há um século, um ano, uma hora
ainda assim o vosso sangue flui vivo e quente.
Porque o último é o que ri melhor:
quando parece que é demasiado tarde
a superioridade numérica, a debandada, os cádaveres
misturam-se com o sangue dos descendentes
e conduzem à vitória.
E nas fontes que outrora reflectiam
os vossos rostos suados, sangrentos, emagrecidos
também nós procuramos alívio em dias cálidos.
A água é assim fria e clara
a sua superfície harmoniosa…
e ao contemplarmos a sua quietude
vemos que a nossa imagem se envergonha.
Jórvik, 1967
NÓS ASSASSINOS
Contemplamos com as mãos no regaço
todas as nossas horas feitas em pedaços
tentamos logo
recompor as peças
até que nos cortamos com elas;
cortamos outras
olhamos por fim com as mãos na funda
a cena sangrenta
com um olhar
totalmente
indiferente.
Vedrahjálmur, 1972
ANIMAL
A estrela caiu
e fundiu-se ao glaciar;
tudo se fez torrente;
tudo se mudou em noite.
Desdobramento.
Eu sou um animal esfomeado no redemoinho.
Quando descerem as águas
sê tu o meu relvado.
Vedrahjálmur, 1972
QUEDA
Estabeleces-te com as mãos e os pés
no cume do desejo
e procuras uma nuvem
a que te agarrares se a brisa é propícia
e começa então a tremer a terra.
Gritas na tua queda
mas quem escuta o grito
se o derrube o apaga?
E justamente então esconde o cume do desejo
a ansiada nuvem.
Fidrid úr saeng Daladrottningar, 1977
OUVI FALAR OS PÁSSAROS
Ouvi falar as pássaros
sentado na escarpa;
e falavam-me de um mundo
que confinei em palavras fiáveis.
Mas continuo com somas
verídicas e falsas
junto à escarpa dos pássaros
que faz tempo voaram.
Spjótalög á spegil, 1982
MANHÃ
Uma manhã radiante
ia Deus pela rua
e ouvia somente o rumor dos computadores
em silenciosas torres.
Que agradável é a cidade;
Os robots guardaram
os restos das pessoas
em depósitos fechados.
E no entanto Deus não está contente.
Caminha pela cidade
como se desejasse
poder dizer no fim:
Ainda há aqui um coração que pulsa.
Ný ljód, 1985
CHAMA
Hoje vi as palavras
converterem-se em solas
que com ardor insolente
dançavam
sobre gelos
prigosos.
E as minhas águas, oh Deus –
que somente esperavam
um degelo
tranquilo.
Ný ljód, 1985
COMO RECORDAÇÃO
Instante,
refugio-me em ti, instante,
e não me importa em absoluto
não ter paredes nem tecto
como recordação
como recordação…
Mas instante,
tu,
reflexo do dia
ou sombra de antigo refúgio,
estou aqui só?
Ný ljód, 1985
ORAÇÃO
Poema,
sê tu o refúgio das minhas debilidades.
Sê para elas castelo,
forte,
cela de penitência.
Que mane do pântano um arroio que cruze o chão.
Urdargaldur, 1987
O INSTANTE
Certamente
certamente
as horas são breves e fugazes
mas pensemos na sua profundidade
como serenidade
para a água
e o olho
Urdargaldur, 1987
A PRAÇA
A praça toda branca
como uma noite impaciente que lembro agora
de há muito tempo.
À volta, como num nevão,
nas esquinas, e a cair dos telhados,
redemoinhavam-se a meus pés
desconhecidas, não registadas,
provocadoras horas.
Que passavam… Terão aprendido já
o rápido, o tranquilo,
o natural que é
a sua passagem –
pela cena,
pelos diários,
pelas almas?
A praça como sempre.
De momento neve docemente,
noite,
uma agenda encarquilhada
e um homem
Vatns götur og blóds, 1989
ANIMAL
No teu covil aquieta-se a minha alegria
ainda que caminhe só pelos bosques –,
eu, o animal ferido;
busco o teu encontro às primeiras neves
tal como outrora;
alegre
mostrará o sol as nossas pegadas
tal como junto ao mar na primavera
e deitar-se-á longe –
Sim, é-me grato
ser animal conhecer outro animal
e saber que isso é bom
Jórviki, 1967
VÓS
Vós dissestes: Até à última gota…
E vós que caíste após estas palavras
há um século, um ano, uma hora
ainda assim o vosso sangue flui vivo e quente.
Porque o último é o que ri melhor:
quando parece que é demasiado tarde
a superioridade numérica, a debandada, os cádaveres
misturam-se com o sangue dos descendentes
e conduzem à vitória.
E nas fontes que outrora reflectiam
os vossos rostos suados, sangrentos, emagrecidos
também nós procuramos alívio em dias cálidos.
A água é assim fria e clara
a sua superfície harmoniosa…
e ao contemplarmos a sua quietude
vemos que a nossa imagem se envergonha.
Jórvik, 1967
NÓS ASSASSINOS
Contemplamos com as mãos no regaço
todas as nossas horas feitas em pedaços
tentamos logo
recompor as peças
até que nos cortamos com elas;
cortamos outras
olhamos por fim com as mãos na funda
a cena sangrenta
com um olhar
totalmente
indiferente.
Vedrahjálmur, 1972
ANIMAL
A estrela caiu
e fundiu-se ao glaciar;
tudo se fez torrente;
tudo se mudou em noite.
Desdobramento.
Eu sou um animal esfomeado no redemoinho.
Quando descerem as águas
sê tu o meu relvado.
Vedrahjálmur, 1972
QUEDA
Estabeleces-te com as mãos e os pés
no cume do desejo
e procuras uma nuvem
a que te agarrares se a brisa é propícia
e começa então a tremer a terra.
Gritas na tua queda
mas quem escuta o grito
se o derrube o apaga?
E justamente então esconde o cume do desejo
a ansiada nuvem.
Fidrid úr saeng Daladrottningar, 1977
OUVI FALAR OS PÁSSAROS
Ouvi falar as pássaros
sentado na escarpa;
e falavam-me de um mundo
que confinei em palavras fiáveis.
Mas continuo com somas
verídicas e falsas
junto à escarpa dos pássaros
que faz tempo voaram.
Spjótalög á spegil, 1982
MANHÃ
Uma manhã radiante
ia Deus pela rua
e ouvia somente o rumor dos computadores
em silenciosas torres.
Que agradável é a cidade;
Os robots guardaram
os restos das pessoas
em depósitos fechados.
E no entanto Deus não está contente.
Caminha pela cidade
como se desejasse
poder dizer no fim:
Ainda há aqui um coração que pulsa.
Ný ljód, 1985
CHAMA
Hoje vi as palavras
converterem-se em solas
que com ardor insolente
dançavam
sobre gelos
prigosos.
E as minhas águas, oh Deus –
que somente esperavam
um degelo
tranquilo.
Ný ljód, 1985
COMO RECORDAÇÃO
Instante,
refugio-me em ti, instante,
e não me importa em absoluto
não ter paredes nem tecto
como recordação
como recordação…
Mas instante,
tu,
reflexo do dia
ou sombra de antigo refúgio,
estou aqui só?
Ný ljód, 1985
ORAÇÃO
Poema,
sê tu o refúgio das minhas debilidades.
Sê para elas castelo,
forte,
cela de penitência.
Que mane do pântano um arroio que cruze o chão.
Urdargaldur, 1987
O INSTANTE
Certamente
certamente
as horas são breves e fugazes
mas pensemos na sua profundidade
como serenidade
para a água
e o olho
Urdargaldur, 1987
A PRAÇA
A praça toda branca
como uma noite impaciente que lembro agora
de há muito tempo.
À volta, como num nevão,
nas esquinas, e a cair dos telhados,
redemoinhavam-se a meus pés
desconhecidas, não registadas,
provocadoras horas.
Que passavam… Terão aprendido já
o rápido, o tranquilo,
o natural que é
a sua passagem –
pela cena,
pelos diários,
pelas almas?
A praça como sempre.
De momento neve docemente,
noite,
uma agenda encarquilhada
e um homem
Vatns götur og blóds, 1989
Versão minha - © Amadeu Baptista
Thorsteinn frá Hamri, nasceu em 1938. Publicou inúmeros livros de poesia. É autor de uma poesia concisa, directa e especialmente austera, ainda que critique duramente alguns aspectos da nossa sociedade, como a guerra, o abuso de poder e a contaminação. Descreve a condição humana utilizando metáforas da natureza ou fazendo referência à história. Publicou também romance e contos infanto-juvenis.