quinta-feira, 21 de março de 2013

Dia Mundial da Poesia


A propósito do Dia da Mundial da Poesia, será hoje lançada em três cidades do país, à mesma hora (18.30 h), a antologia ‘Cintilações da Sombra’.

Em Braga, na Livraria Centésima Página, com apresentação do professor José Cândido Martins, da Universidade Católica Portuguesa, com leitura de poemas a cargo da actriz Cristina Cunha.

Em Coimbra, na Casa da Escrita, com apresentação do professor José Carlos Seabra Pereira, da Faculdade de Letras de Coimbra, precedida de um momento musical  cargo do Conservatório de Música de Coimbra.

Em Lisboa, na Livraria Pó dos Livros, com apresentação da escritora Cristina Carvalho,
da poeta e ensaísta Maria João Cantinho e de Victor Oliveira Mateus, poeta e coordenador da antologia.

A antologia divulga poemas originais de Albano Martins, Alice Fergo, Alice Macedo Campos, Amadeu Baptista, Amélia Vieira, Ana Luísa Amaral, Ana Maria Puga, António José Borges, António José Queiroz, António Ramos Rosa, António Salvado, Artur Coimbra, Carlos Afonso, Carlos Vaz, Casimiro de Brito, Cláudio Lima, Daniel Gonçalves, Fernando Pinto do Amaral, Filipa Leal, Gisela Ramos Rosa, Henrique Levy, Hugo Milhanas Machado, Inês Fonseca Santos, Inês Lourenço, Isabel Mendes Ferreira, João Luís Barreto Guimarães, João Rasteiro, João Ricardo Lopes, João Rui de Sousa, Joel Henriques, Jorge Fragoso, José Acácio Almeida, José Emílio-Nelson, José Rui Rocha, Juliana Miranda, Manuel Silva-Terra, Maria Augusta Silva, Maria do Sameiro Barroso, Maria João Cantinho, Maria Quintans, Maria Teresa Dias Furtado, Maria Teresa Horta, Nuno Brito, Nuno Dempster, Paulo José Miranda, Pompeu Miguel Martins, Ricardo Gil Soeiro, Rui Almeida, Ruy Ventura, Teresa Rita Lopes, Tiago Néné, Vergílio Alberto Vieira e Victor Oliveira Mateus.

A autora da capa é a artista plástica Isabel Ferreira Alves.





O poema com que participo nesta recolha, com chancela da Editora Labirinto e do Núcleo de Artes e Letras de Fafe:





«Cumpro a tarefa de comer a maçã...»



Cumpro a tarefa de comer a maçã.
Oxalá tenha bicho, para que, assim,
possa reter o carnal e o vegetal
que há no mundo. Sendo preciso,

a prótese usarei, porque sempre hão-de
faltar os dentes a todos quantos,
dispostos a carregar sobre uma pele aveludada,
não sabem onde encontrar a pedra

no centro de algum fruto. Maçã que seja
a quadratura do círculo a que almejamos
pequena será a boca que ensombra
a claridade adubada que da terra vem.

Maçã, quero dizer, os gomos que o caos
nos dispõe sobre a língua para que desrazoemos
e, por fim, venha a palavra aos lábios
e, com ela, o demónio que ateia a estopa.


 © Amadeu Baptista







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