terça-feira, 22 de novembro de 2011

Vida adulta / 33

DOIS MIL E SETE

Alexandria, Alexandria, procuro o teu refúgio.
Há por aí um velho que me lê os teus versos.
Amar é morrer neste porto de sal,
a pedra amarga que rasga a língua.

Mais além do silêncio hão-de estar os teus braços,
é a pedra que cinges o alvoroço secreto.
Talha-me com as tuas mãos ao sabor do teu tempo,
amar é saber-te – e, sabendo, perder.


( in Açougue, Corunha, Espiral Maior, 2009)


Foto: © de Amadeu Baptista

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